terça-feira, 2 de outubro de 2012

- Leves ressonâncias.

Ontem ficarei mais forte, mais ousado.
Ontem começarei a correr, a andar sozinho.
Ontem verei toda beleza, e tudo que o mundo tem de bom.
Ontem estudarei mais, e deixarei morrer certas ansiedades;
Ontem morrerei de amores, de paixões, de desejo.
Ontem serei vegetariano, e comerei carne, comerei o que quiser.
Ontem sairei de casa, morarei sozinho, morarei contigo.
Ontem procurarei um emprego, largarei o velho, e entrarei num novo começo.
Ontem verei além do que vejo, abrirei os olhos para o infinito.
Ontem começarei a ouvir, e falarei bem menos.
Ontem escreverei: poemas, contos, romances e vida!
Ontem lavarei o meu carro, comprei outro carro, sairei de ônibus.
Ontem direi o quanto amo meus pais, e o quanto os detesto.
Ontem verei muitos filmes, e dormirei vendo alguns.
Ontem criarei pegadas aonde só você me encontrar, aonde só você me veja.
Ontem não haverá mais dor, nem nada a se queixar.
Ontem a alegria será eterna, e o prazer andara ao meu lado.
Ontem se criarão as novas curas, as que eu preciso para viver.
Ontem se fará o nascer, se fará crescer, recriará.
Ontem menos palavras, ontem mais ouvidos.
Ontem mais descanso, mais preguiça. Ontem menos sentimento, mas razão.
Ontem um amor doce, um amor agridoce, um amor sobrenatural.
Ontem um choro calado, uma lagrima de anjo.
Ontem uma música sem voz, um canto imóvel.
Ontem um mundo com cor, uma vida feliz! Ontem quantos amanhãs? 
Ontem meu futuro. Ontem eu não sei... 
Ontem nem quero saber.
Ontem se fará a rima e ação de eternos momentos, e dos que estarão por vir!
E não haverá mais um ontem, não haverá;
Um novo amanhã se criará ritmando as nossas histórias.
Um novo eu, ontem, amanhã.

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