quarta-feira, 26 de setembro de 2012

- Uma lacônica fase.

Estou á deriva em algum lugar do oceano, prezo entre rochas e destroços. Tento me levantar. Caminho com dificuldade sozinho, estou imundo. Sinto que estou ferido, procuro e não encontro nada de errado. Como poderia eu ser o cúmplice do meu próprio naufrágio? Por qual razão me vejo prezo dentro de mim? 


Sou o meu próprio prisioneiro. Travo-me, tranco-me, e não saiu nem sob fiança. Sou o carcereiro malvado, o advogado ganancioso, o delegado subornado. Sou meu próprio inimigo. Finjo, sinto e nego. A dor, o desejo, a raiva e a culpa servem como algum tipo de "salva-vidas", a qual me apego, e assim sinto-me seguro. 
Ninguém conseguiria sozinho abraçar o sol. Por isso prefiro você aqui, mesmo que você não compreenda minhas manias estranhas, e o meu jeito complicado de dormir sem jeito. Ao infinito segue-se um infinito maior. 
O universo cabe em minha mente quadrada, e isso é só uma parte do que permanece fora, e esse é o meu limite, não do que vejo. 
Sou o espaço entre a cabeça e os pés, a soma de dois gestos, as duas faces de uma mesma moeda.  



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