quarta-feira, 12 de setembro de 2012
- O lado frágil.
Há entre dois corpos, entre dois silêncios, entre duas pedras, uma distância antiga, um olho de fera que desenha o relâmpago. O universo viaja dentro desse sorriso e projeta em nós um novo sonho. A realidade não são as estrelas, mas os lugares vazios entre elas; a realidade não é o globo que gira em nós, mas o que está fora desse globo. Essa linha por onde se desloca cada dia nossa sombra, esse lugar que recolhe nossas emoções e silêncios, esse credo que não percebemos e que nos oprime, essa mutação sem saída. Há entre dois corpos uma chama, um sopro de Deus, um fogo que arde para o interior, uma carícia que cria uma lágrima, um medo que assusta a si mesmo, um manicômio repleto de flores, uma vida que queria ser inventada, algo que inquieta a alma e abre o abismo. Há entre duas almas uma folha seca caída de uma árvore sem vida, um mar de cristal, um crime perfeito, um segredo entre dois anjos. Enquanto a neblina se afasta consigo ver o que está ali, um doce sorriso tirado dos céus, um pecado sem deus. O presente que a morte me trouxe. Agora são nove e vinte de uma noite de terça-feira e o seu rosto é branco, o sorriso que se desenha nesse rosto pode enlouquecer e também salvar á vitima e amanhecer uma vida repleta de céus infinitos. Que eu nasça desse enigma e que morra sempre nesse sorriso.
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