O amor não existe.
Me desculpem os poetas, me desculpem os românticos, me desculpem os sonhadores.
Começo a folhear as páginas de meu passado. Minhas lembranças. Acho que nunca amei ninguém. Não estou me referindo ao amor materno, fraterno, de amor à vida, às pessoas, à liberdade, à natureza, às crianças, a Deus, porque estes existem; estou mereferindo de amor de homem para a mulher,e de mulher para o homem. De amor de casais. Este, indubitavelmente, não existe.
A paixão existe. Já me deparei com ela algumas vezes. Em todas, impreterivelmente, sofri. Parece uma reação de causa e efeito, ou um sinônimo: apaixonar = sofrer. A paixão é um encontro de duas almas totalmente diferentes, com jeitos, maneiras de enxergar a vida totalmente às avessas. É até comprovado cientificamente, no que tange a afirmação de que os opostos se atraem, os iguais se repelem. A paixão é algo
intenso, mas momentâneo. É algo forte e rápido. É como um vulcão em erupção, que no instante seguinte, devasta tudo ao seu redor, e não sobra mais nada, além de cinzas e pântanos sem vida.
O amor não existe. O que existe é uma boa vizinhança. É uma boa convivência. É quando encontramos alguém tão parecido conosco, que nossa vida fica mais interpretável. Não é fogo. Mas também não é frio, pois assim seria impossível. É algo, digamos, morno. Às vezes esquenta um pouquinho mais, na intensidade de uma vela. Outras vezes esfria um pouquinho, ficando com a temperatura ambiente. É uma espécie de amizade,só que com beijo na boca. E porque não, um sexo garantido, quando temos vontade de saciar uma de nossas necessidades mais elementares. Se você encontrou alguém que te respeita, que te aceita como você é, que ganha mais ou menos o mesmo que você, que pertença a sua classe social, fique com ela. A conveniência é fundamental.
Dinheiro. Já me referi um pouco, no parágrafo acima. Foi se o tempo que existiam casamentos da princesa com o plebeu, do empresário com a favelada, do rico com o pobre. Não funciona. A família vai descordar e fazer de tudo para dar errado. O rico vai sempre desconfiar que o pobre está querendo dar o “golpe do baú”, por mais que o pobre seja um ótimo ator.
No momento é o que eu acho. Não existe amor. Só nos livros, nos filmes e nas aparências. Na minha vida, estou certo que ainda não existiu. E se não existe para mim, acho que não existe para ninguém. Você, que ama, que sonha, que poeteia, deve estar se sentindo indignado com estas palavras, assim como eu estarei, quando reler o que escrevi. Espero, daqui a alguns anos, ou porque não, amanhã, dar risadas, gargalhadas de cair no chão, de todas estas bobagens que escrevi, e poder dizer, com toda a pujança e propulsão de meu coração: EU TE AMO!
quinta-feira, 21 de junho de 2012
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